
Segmento bate recorde em 2024
A cultura do antigomobilismo, que envolve a compra e o colecionamento de veículos antigos, tem se consolidado como uma prática
Museu Sheikh Faisal Bin Qassim Al Thani é um verdadeiro “tesouro” escondido no deserto, com inúmeros clássicos de várias épocas!
No início do século XXI, o Catar ainda não oferecia muitas opções culturais para seus visitantes e moradores. Em meio a esse cenário, o Museu Sheikh Faisal Bin Qassim Al Thani — mais conhecido como Museu FBQ — tornou-se uma alternativa ao então decadente Museu Nacional do Catar. Embora a visita exigisse um agendamento prévio e uma viagem pelo deserto, muitas vezes com dificuldades para encontrar o local, os visitantes eram recebidos na exuberante Fazenda Al Samriya com chá e bolo, antes de adentrarem um espaço repleto de prateleiras e vitrines abarrotadas de artefatos variados. Entre moedas, espadas e peças ecléticas, destacavam-se um carro e uma carruagem estacionados no terreno.
Esse museu singular, que se diferenciava de qualquer outro no mundo, passou por uma impressionante transformação ao longo dos anos. Atualmente, ele se posiciona como um dos maiores museus privados do planeta, com um acervo superior a 30.000 itens. Entre suas relíquias, estão embarcações tradicionais dhow, uma vasta coleção de tapetes e até mesmo uma casa completa transportada de Damasco, na Síria. O museu também abriga achados arqueológicos da era jurássica, manuscritos antigos do Alcorão, uma seção dedicada à importância das pérolas na história do Catar e joias que remontam ao século XVII.
A história recente também tem seu espaço no FBQ, com exposições sobre a Copa do Mundo FIFA 2022 no Catar, incluindo bolas utilizadas nos jogos, réplicas de troféus, camisas e credenciais oficiais. Em meio a essa diversidade, algumas coleções chamam atenção por sua peculiaridade, como prateleiras cheias de bonecas e bichos de pelúcia infantis, além de uma exposição de pernas de pássaros com anéis de marcação. Já na sala de guerra, alguns itens controversos, como parafernália do Terceiro Reich, compõem a exibição.
Rumores indicam que certas áreas do museu são acessíveis apenas para visitantes selecionados. Entre elas, uma sala trancada que supostamente abriga vestidos da falecida Princesa Diana e outra, não mais aberta ao público, contendo colecionáveis do ex-líder iraquiano Saddam Hussein.
O museu teve seu início oficial em 1998, quando o xeque Faisal Bin Qassim Al Thani decidiu abrir ao público um edifício em sua fazenda, localizada cerca de 20 quilômetros ao norte de Doha. Além de ser um empresário bilionário e fundador da Al Faisal Holdings, um dos maiores conglomerados do Catar, Faisal é um parente distante da família governante e uma das figuras mais influentes do mundo árabe nos negócios. Sua paixão pelo colecionismo começou como um hobby, conforme revelou em entrevista ao canal catariano Alrayyan TV em 2018. “Sempre que tinha oportunidade, eu colecionava itens. À medida que meu negócio crescia, minhas coleções também aumentavam, até que decidi compartilhá-las com o público”, afirmou ele.
Desde então, seu gabinete de curiosidades evoluiu para um complexo impressionante de 130 acres. Logo na entrada, em um portão que remete a uma fortaleza, há uma reserva de órix, uma escola de equitação com estábulos, um lago de patos e uma mesquita com um minarete inclinado. O local também abriga um hotel Marriott cinco estrelas, dois cafés e o restaurante Zoufa, especializado em gastronomia libanesa moderna.
A expansão do museu trouxe ainda uma nova ala dedicada a automóveis, onde os visitantes encontram uma coleção diversificada que inclui Rolls-Royces antigos, jipes de guerra e Buicks coloridos. Nos arredores, pavões circulam livremente pelo terreno, e placas alertam motoristas para a presença de cavalos e avestruzes.
O FBQ permite que seus visitantes explorem o vasto espaço e até mesmo interajam com os cavalos nos estábulos. Para Siham Haleem, guia turístico há 15 anos, o Museu Nacional do Catar é uma referência em Doha, mas o Museu Sheikh Faisal continua sendo uma parada obrigatória. “Quem deseja aprender sobre a herança do Catar e da região encontrará aqui um destino ideal”, diz ele, destacando sua admiração pela coleção de carros, fósseis e pela casa síria meticulosamente remontada.
Stephanie Y. Martinez, gerente de mobilidade estudantil da Texas A&M University no Catar, aprecia tanto o museu que faz questão de incluí-lo em todos os roteiros de estudantes visitantes. “Os passeios guiados são riquíssimos em detalhes, e a diversidade das coleções impressiona. Meus favoritos são os automóveis e as peças de mobiliário com incrustações em madrepérola”, afirma.
Raynor Abreu, visitante indiano, também ficou impressionado com a imensa variedade do acervo. “Cada peça tem sua própria história, o que torna a experiência ainda mais envolvente. Saber que o xeque Faisal começou a colecionar desde jovem só reforça a importância desse museu, que reflete sua paixão duradoura pela história e cultura.”
O FBQ exige tempo e dedicação para ser explorado em sua totalidade, especialmente porque muitas de suas peças não possuem descrições detalhadas. Apesar de sua coleção eclética, o legado do xeque Faisal é inquestionável: reunir artefatos que ajudam a contar a história do Catar e do Oriente Médio.
A britânica Sarah Bayley, que visitou o museu recentemente com sua família, incluindo adolescentes de 16 e 19 anos, descreveu a experiência com entusiasmo. “É simplesmente incrível. Um lugar fascinante e excêntrico. Eu adorei!”
A cultura do antigomobilismo, que envolve a compra e o colecionamento de veículos antigos, tem se consolidado como uma prática
Apesar doss últimos dias terem sido difíceis em questão de eletricidade para os paulistas, nós queremos contar hoje a história
O ano de 2025 promete ser um marco para o mercado de antigomobilismo no Brasil e no mundo. Isso porque
Na semana de “Halloween” e dia de finados, vamos relembrar alguns clássicos nacionais que se foram das linhas de montagem